Mirna e Áshila, 3º

Achei que seria melhor para você se acostumar com o colégio caso me conhecesse, e assim eu me dirigi até você quando todos estavam saindo da cantina para seus aposentos, hora de lazer e estudo. Você estava de costas, cutuquei seu ombro e aguardei que virasse seu rosto para me ver da forma mais meiga que eu sabia fazer: com os olhos arregalados e um belo sorriso.

Me olhou com desdém e nem foi capaz de dizer oi, bom dia ou qualquer frase que alguém diria por educação. Ao contrário, foi logo perguntando o que eu queria de uma forma ríspida e mal educada.

Não sei por que, mas aquilo me intrigou e fez com que eu o desejasse mais.

Assustei-me e engasguei com seu comportamento tão diferente, eu não esperava tal reação; - Bom, você é novo por aqui e eu sei como é chato e complicado quando nos mudamos para um lugar desconhecido, cheio de pessoas desconhecidas e desinteressantes que...

Ele me fez perder o raciocínio com sua expressão mórbida, por isto me calei. – Então você realmente sabe como é sentir-se deslocado em um lugar onde não se quer estar? Pois não é o que me parece. – ele acenou com os olhos para trás de mim, olhei por cima de meu ombro e avistei meus amigos observando a nossa conversa.

Senti minhas bochechas corarem. Engasguei novamente e tive vontade de correr, mas mesmo assim mantive a pose que eu nem sabia mais qual era. – Estou tentando ser gentil, me apresentar formalmente para você, estas coisas...

- Não, você está fazendo uma boa ação para o novato excluído. Eu não preciso que me façam favores, muito menos que cuidem de mim. Agora, por favor, volte para seus amigos e parem de me olhar como se eu fosse um monstro.

Realmente ele tinha razão, meus amigos olhavam-no como se tivesse vindo de outro planeta, mas em uma coisa ele havia errado, eu não estava fazendo uma boa ação ou algo parecido, eu apenas queria descobrir o que ele tinha para me gerar tamanho desejo de tê-lo por perto.

Continua...