Não me culpe por querer voar

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Não me culpe por querer voar.

Eu não te culpo por não o desejar.

Você tem medo de cair, eu só quero flutuar e voar pelos ares. Vamos, segure a minha mão. Oras, esqueci que estou sem elas agora. Por hora eu sonho, amanhã eu acordo, bem cedo. Eu vou te encontrar.

Vamos! Flutue. Vamos! Pule e voe. Não exite. Mas você parece não me ouvir, parece não me entender. Só fica parado o tempo inteiro, me olhando atônito e aflito. Por quê? Por quê? Me ouça e veja, eu posso voar.

Viril, o seu jeito. Mas medroso, eu o conheço. Venha, se jogue deste penhasco, te prometo, prometendo, que não vai cair muito menos se machucar. Prometendo para você que vou estar lá no final para te buscar.

Venha comigo, agora eu tenho mãos. Segure-as que eu te embalo nas canções do amor e da solidão. Agora minhas mãos e pés são a mesma coisa, agora o meu corpo é uma massa esfumaçada. Você me deixa só, a flutuar.

Tudo bem, eu não te culpo por não saber voar.

Só não me culpe por não poder te levar.