terça-feira, 22 de maio de 2012

O Corredor de Elos

   era difícil para ele compreender; assim como foi para mim no começo. por que as portas simplesmente ficavam fechadas? era tão mais fácil dizer que ela não poderia entrar e dar as devidas consequências caso desobedecesse, do que ter que abrir as portas para todas as outras pessoas que pudessem transpassá-las e voltar a fechar as mesmas portas para que ela não entrasse. foi exatamente esta pergunta que ele me fez, e eu lembro de ter feito a mesma pergunta vários anos atrás. lembrei da humilde e trabalhosa explicação do meu mestre que por tempos não vejo mais.
   - bom, vou lhe explicar da mesma forma que me foi dito quando estive no seu lugar. - repousei a mão na cabeça do pequenino que estava encarregado de grandes coisas e me olhava como se eu fosse a fonte de sabedoria infinita - diz a lenda que uma das primeiras pessoas a passar por este teste não o conseguiu fazer exatamente por este motivo. era uma jovem muito perspicaz, porém o medo e a repreensão vence contra a razão e a astúcia. - o jovenzinho me olhava com a expressão de dúvidas ainda maior, eu prossegui sem delongas - ela estava de frente para aquela porta - apontei para a porta no final do corredor largo e bem iluminado, uma porta de madeira avermelhada - na primeira vez que chegou aqui. a porta estava aberta como era de costume, e sem medos ou receios a menina correu porta adentro. nem preciso dizer o caos que isto causou e ela foi severamente punida. - o jovem encolheu seus pequenos e frágeis dedos entrelaçando-os em suas próprias mãos, e não dizia coisa alguma.
   - as portas continuaram abertas por todo o tempo que ela esteve aqui para ser treinada, e devo dizer que o teste que ela fizera foi de excelência! - complementei a frase com um sorriso de orgulho e admiração - porém no final do seu teste, que por consequência gerava o início do próximo treinamento, ela necessitava atravessar a mesma porta que havia adentrado no primeiro dia. e bom, devo dizer que ela não foi capaz... não de imediato. - me embaracei nas lembranças e desconcentrei sobre o que falava.
   o jovem ainda me olhava, e cada vez mais ansioso. olhei para ele e eu quem estava com indagações desta vez - oras, isto não esclarece as suas dúvidas? - ele prontamente respondeu - sim. você optou por uma outra forma de ensinar pois a forma que lhe educaram fora dolorosa de mais. - caí em perplexo, eu o havia subestimado. certamente ele não era tão jovem quanto eu pensava e sua pequenez era nada comparada com sua inteligência. - muito bem Wole, você já tem o suficiente por hoje. - respondi deixando-o a sós no Corredor de Elos. na verdade não vejo pessoa melhor para se tornar guardião destes aposentos.

Continua...

imagem retirada deste link: http://weheartit.com/entry/28887810

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