domingo, 25 de dezembro de 2011

- você se identifica?

"hoje é uma noite daquelas, quero escrever, mas não sei o que. sinto as malditas ânsias de vômito, mas não sei o que quero dizer. tá eu sei, mas não é algo que eu queria falar ou pensar, até porque é tão sem lógica. e só verei minha psicóloga semana que vem. minha vida tão linda e colorida para sempre, só que sempre tem que ter um maldito dia na semana para me deixar assim, angustiada. cansei dos remédios, porque eles só camuflam o que realmente sinto, e se sinto é porque vivo. estas angústias que demoram para se curar. não poder controlar algo totalmente meu (minha mente) é de enlouquecer. será que tem
alguém comigo nesse barco? pelo menos algum ser vivo se sente assim como eu? e é só hoje, talvez amanhã. depois eu melhoro como se nada tivesse acontecido. ai, estou cada vez mais longe de ser normal e isso não é engraçado ou divertido. me sinto presa, queria fugir com a pequena, morar em outro lugar. esse futuro me agoniza, faculdade, emprego... eu queria tanto ser nômade, viver como os hippies. talvez um dia, quando eu enlouquecer de vez (algo como uma enorme revolta) faça isso. para quem não sabia o que escrever, estou indo muito bem. ah e os sorrisos, odeio eles. ter que sorrir para todos porque precisam de mim e meus conselhos. ter que ser a meiga, santa e perfeita. odeio. só que ao mesmo tempo quero continuar sendo assim, quero ser, porque a única pessoa que me conhece realmente, é a pequena, e isso é só o que me importa, não viver de falsidades com ela. acho que é por isso que damos tão certo, conheço partes dela que mais ninguém conhece. me sinto especial, parte de algo único e meu. e é ela que me mantém viva, nessas horas, nesses dias escuros, quando dá vontade de descobrir o gosto da morte, a curiosidade, o frio no estomago, como deve ser morrer? o que tem depois? isso me enche de alegria, em direção à remédios fortes e facas, mas eu lembro da minha pequena, e de como seria terrível sem ela. até mesmo o paraiso, sem minha pequena, não seria tão bom para mim. ela me entende. as coisas eram fáceis, era só escrever um poema que me sentia leve, era só chorar que o medo passava. agora conforme cresço tudo aumenta comigo. enquanto vou ficando mais forte, pensando 'agora eu supero', aparecem duas coisas piores, que sou obrigada a carregar em meus ombros e seguir sorrindo. carregar quilos em minhas costas e manter a pose de imbatível. olhando por esse lado, até que sou forte, mais forte do que imaginava que seria. é bem como dizem, sou tudo aquilo que jamais quis ser, só que agora eu gosto. eu me mato aos poucos enquanto fumo e bebo, mas e daí? o mundo pode acabar, eu posso morrer. e daí se estou errada vivendo assim? essa é minha filosofia, e sempre foi. duvido, sinceramente, que eu vá viver tantos anos como meus avós. tenho tanto medo da velhice que seria capaz de me matar após ver minha primeira ruga, e choro só de pensar nisso. sempre procuro entender porque as pessoas envelhecem e se conformam. porque envelhecem e viram bonecos esticados? porque a vida é tão sem sentido? cada pergunta me corta por dentro. vejo que todos temos nossos fantasmas, e sempre iremos culpar algo. eu culpo a mim mesma e essa maldita sociedade que me sufoca, e você, culpa o que? culpa quem? será mesmo que a culpa é da sociedade? ah, vai saber. tantas pessoas vivem tranquilas no mesmo caminho que eu, e isso afeta a mim em particular, então o problema é comigo. o problema sou eu, e isso é dificil de admitir."

retirado do meu antigo blog shyxaua's káah