sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

morra você e seus sonhos. morra você e suas ilusões.

morra! morra! casaríamos em campo aberto da forma mais informal possível, apenas eu e você. correríamos livremente em uma belíssima plantação de trigo. o cheiro doce no ar. o gosto do amor. em teus braços, em teus encantos, seríamos um só no meio de tanto amarelo ouro. não mais. morra e suma, ou suma e morra. pois eu não te quero mais. não mais, e jamais vou querer outra vez. só me
sobraram trigos secos e moídos. estou em frente um moinho antigo com ventos fortes a me cercar. a grama irrita meus frágeis pés descalços que tocam a terra rochosa. você evaporou para todo o sempre. sumiu de minhas ilusões, de meus pensamentos, de meus desejos. somente eu em minha vida, eu e o moinho. passarei o resto de meus dias moendo cada novo trigo que brotar. incessantemente transformar todos os nosso sonhos em pó e jogá-los ao vento para irem o mais longe possível. sumirem no cosmos, no mais longe que você possa estar. eu não vou parar. que meus pés sangrem, que minhas mãos criem bolhas e feridas. os trigos enredam em meus cabelos grossos e longos. rasgam meu vestido tão leve quanto o ar. ferem com marcas do amor a minha pele pálida e quase imortal. eu vou me vingar de cada trigo que nascer, ou eles se vingarão de mim.

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